Por que um Não firme ao 25 de julho? Porque já é hora de dizê-lo. Esse apóstolo construiu uma Galiza inexistente. Só nos países estranhos, como este, a festa coletiva é também a festa do patrono do poder. Patrono de pátrias compatíveis. Muro com muro, na mesma porta a que chegará Ratzinger, pola que entrará um Borbóm para ganhar (ganhar) prebendas, dentro duma semana haverá milhares de pessoas com bandeiras compatíveis.
Mas nada que não mate é perigoso. E muito mais perigosa é a paz total, a resistência total. No entanto, continuará o diálogo fingido, muro com muro. Não é esse o caminho. Uma outra bandeira é necessária, e não tem forma. Não deve ser a bandeira dos símbolos, mas qualquer cousa desnatural, hoje difícil de conceber. E será num dia diferente, longe dos fastos. Ou em nenhum dia particular. Ou em todos: o dia da vida diária. Não é preciso somar números, contra os que sempre se perde. Os possuidores dos números possuem-nos a consciência, e nem sequer o sabemos. É precisa outra edificação, sem santos. O 25 de julho é o mais grande erro da construção coletiva. As palavras repetidas perdem sempre. Os cânticos perdem sempre se por detrás não há, isso, uma constância, uma certa lucidez do necessário. O 25 de julho das pátrias compatíveis não é um desafio, mas um jogo tolerado. Para o caminho, só existe uma bandeira, e está dentro. E por isso é ilógico chamá-la bandeira. Se não resistirmos também contra as nossas próprias cores, vamos perder sempre. São três cores velhas, manchadas de diálogo. Desenham de forma errada a linha do caminho: para abaixo. A estrela é demasiado solitária e portanto ineficiente, como qualquer absoluto. E o plácido azul claro não é o dos nossos mares. Qualquer bandeira é uma paródia da utopia. Já o sofremos há alguns dias, esse tristíssimo estrondo de duas cores. Não a 25 de julho, por dous motivos comparáveis. É letal associar-se com o inimigo na concorrência liberal por um dia, por um símbolo. Haverá que encontrar outra maneira. Em grupo, sim, mas dando as costas ao inimigo com solene silêncio.
Celso Alvarez Cáccamo naceu en Vigo en 1958. É profesor de Lingüística na Universidade da Coruña. Esta é a súa web. »